PARQUE NACIONAL APARADOS DA SERRA/SERRA GERAL
(RS/SC)
Em
qualquer época do ano, o frio é presença certa nos dois parques situados na
divisa do Rio Grande do Sul e Santa Catarina,
entre os municípios de Cambará do Sul e PraiaGrande. Mas quem vai no inverno tem maiores possibilidades de ficar com o
queixo caído ao admirar os fabulosos cânions da região. Chove menos e a
incômoda presença da neblina não é tão constante como no verão.
Mais
estruturado, o Parque Nacional de Aparados da
Serra tem no Cânion
do Itaimbezinho seu
principal chamariz. Com 5,8 quilômetros de extensão e 720 metros de
profundidade, há três maneiras de explorá-lo: a Trilha
do Cotovelo é
programa clássico, uma trilha plana de 7 quilômetros (ida e volta). Saindo do
Centro de Visitantes, percorre parte da extensão do Itaimbezinho até chegar num
cotovelo, que oferece o ângulo mais manjado da região. Nitidamente se percebe o
contraste das matas de araucária na parte alta e Atlântica na parte baixa.
Também com início no Centro de Visitantes e mais fácil ainda, aTrilha do Vértice tem 1,5 quilômetro (ida e volta) e é
feita por passarelas na borda do cânion. O sentido é oposto à Trilha do
Cotovelo e a vista é de duas cachoeiras (Andorinhas e Véu da Noiva) impossíveis
de ser avistadas na outra atividade. As duas trilhas podem ser feitas no mesmo
dia e o Centro de Visitantes oferece serviço de lanchonete e banheiros.
Bem
mais extenuante é a Trilha do Rio do Boi,
que passa por dentro do cânion, atravessando pedras e por vezes andando por
dentro do Rio do Boi, que tem o leito formado pelas águas provenientes das
cachoeiras Andorinhas e Véu de Noiva. São 12 quilômetros de caminhada pesada e
a presença de um guia é indispensável. A trilha começa na portaria da cidade de
Praia Grande (SC) e para chegar lá é preciso descer de carro a Serra do
Faxinal.
Chegar
ao Parque Nacional da Serra Geral requer uma dose extra de paciência. O
trecho final de 14 quilômetros da estrada de acesso é por uma estrada de terra
(ou seria pedra?) muito chata. Esqueça o Centro de Visitantes do parque
vizinho, aqui há apenas uma portaria. Mas vale a pena o sofrimento para se
emocionar com o Cânion da Fortaleza,
com 7,5 quilômetros de extensão, 900 metros de profundidade e quase 2
quilômetros de largura. Se o Itaimbezinho esbanja charme, o Fortaleza é
impactante.
Não é preciso força ou preparo físico para alcançar o Mirante da
Fortaleza, onde é possível observar quase toda extensão do cânion e, em dias
muito claros, conseguir ver o litoral gaúcho bem, mas bem ao fundo. A trilha
tem 3 quilômetros (ida e volta). Quem busca aventura encontra na trilha de 22
quilômetros que sai do Cânion da Fortaleza e vai até os cânions Churriado e
Malacara. Andando por vezes pelas bordas, é indispensável a presença de um
guia. Fenômeno comum, a formação de nevoeiros traz o risco iminente de sair da
trilha e se perder.
Muito
procurada é a trilha que leva à Cachoeira do Tigre Preto e à Pedra do Segredo.
Basta caminhar por 800 metros até o leito do rio, atravessá-lo (é rasinho e
existem várias pedras que ajudam na travessia) e prosseguir mais um pouco em
direção ao mirante com vista para a cachoeira. Daí até a Pedra do Segredo a
trilha é levemente dificultada, mas sem oferecer grandes obstáculos. Curiosa
formação, a base da pedra é bem mais fina que o resto do bloco e está apoiada
em outra rocha.
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